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Condições vão impactar custo, diz Odebrecht

FSP, Dinheiro, p. B4
11 de Jul de 2007

Condições vão impactar custo, diz Odebrecht

Da sucursal do Rio
Colaboração para Folha

Ao contrário do que afirmou o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, de que as condições impostas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não provocarão aumento nos custos de construção das hidrelétricas do rio Madeira, a construtora Odebrecht diz que haverá, sim, impacto no valor das obras.
Segundo Irineu Meireles, diretor de investimentos em infra-estrutura da empresa, entre as 33 condicionantes estabelecidas pelo governo, há alterações significativas no projeto anterior, como a previsão de uma área de preservação permanente (APP) de 500 metros ao redor do reservatório, em vez de uma área de 100 metros, como prevê a legislação.
"Os cálculos anexados ao EIA Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) foram feitos com base nos 100 metros. Teremos de fazer um novo levantamento para saber o número de famílias que terão de ser removidas, o custo de desapropriação e indenização da área adicional. A diferença é significativa: aumenta de 2.000 hectares para 10 mil."
Outra nova condição que trará mais custos, segundo a Odebrecht, é um centro para a criação de filhotes de peixes, o chamado centro de ictiofauna. Ele deverá estar disponível para o caso de o sistema de transposição de peixes por canais não funcionar como previsto.
O grupo Schahin, que participa de consórcio com Alusa Engenharia, a argentina Impsa Hydro e a chinesa CTIC, afirma que, apesar de ainda estar avaliando as condicionantes, sua proposta está em "fase avançada", segundo seu diretor Teofrasto Barbeiro. Também confirmada no leilão, a franco-belga Suez Energy participará sozinha inicialmente, mas não descarta se unir a investidores, público ou privado, em uma segunda fase do processo.

Parcerias
O lançamento do edital do leilão das usinas do rio Madeira deverá selar as parcerias entre as grandes empresas interessadas no projeto. Construtoras como Odebrecht, Camargo Corrêa e empresas do setor elétrico, como Light, Cemig e outras. Segundo João Canellas, diretor da Amazônia Madeira Energética, da Camargo Corrêa, o edital será o ponto de partida para fechar parcerias. "O próximo o é verificar quais os termos do edital, as condições de concorrência e transparência do leilão", disse.
A Light pretende formar um consórcio de distribuidoras para participar do leilão. A empresa considera a Cemig como o parceiro ideal, mas vê espaço para um consórcio formado por três ou quatro empresas do setor de distribuição.
(Denise Brito e Janaína Lage)

FSP, 11/07/2007, Dinheiro, p. B4

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