FSP, Dinheiro, p. B5
11 de Jul de 2007
Ambientalistas divergem sobre eficácia de regras
Denise Brito
Colaboração para Folha
Há divergência entre os ambientalistas sobre a eficácia das condicionantes estabelecidas pelo Ibama para a concessão da licença ao projeto do rio Madeira. Philip Fearnside, do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia), critica o fato de as condições do Ibama preverem monitoramento de diversos problemas que possam surgir sem, contudo, propor soluções para eles.
"É importante distinguir isso. Ficar lá "vendo" não vai sanar os problemas. As perguntas sobre a carga de sedimentos continuam sem resposta." Segundo Fearnside, o Madeira é responsável por 45% do total de sedimentos do rio Amazonas, tal é o volume de substâncias depositadas e que poderão provocar áreas de água parada até em território boliviano, impactando a pesca comercial e de subsistência da população ribeirinha nos dois países.
O professor José Galiza Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, discorda de seu colega. "Houve um avanço. Acho que o empreendimento é viável e deve ser concedida a licença mediante estudos, simulações e monitoramentos", afirma. Segundo ele, no caso de surgirem problemas que não forem solucionados, caberia ao Ibama reter a concessão de licença para a fase seguinte do projeto.
Reação boliviana
A licença prévia deve provocar "medidas de ação" de movimentos sociais contrários às obras, advertiu ontem Javier Aramayo, presidente do Fobomade (Fórum Boliviano sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), a mais influente ONG do setor ambiental do país.
Já o governo Evo Morales, que nos últimos meses vem dando sinais de oposição ao projeto, deve divulgar uma nota hoje sobre o assunto, de acordo com informações de fontes diplomáticas.
Colaborou Fabiano Maisonnave, de Caracas
FSP, 11/07/2007, Dinheiro, p. B5
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